Pouco conhecidas pela população, enfermidades ocorrem quando nosso corpo começa a produzir anticorpos contra componentes saudáveis do próprio organismo
23/02/2023 – Para conscientizar a população e acabar com estigmas, a Campanha Fevereiro Roxo alerta sobre os sintomas e destaca os possíveis tratamentos das chamadas doenças autoimunes. Pouco conhecidas pela população em geral, essas enfermidades ocorrem quando o corpo começa a produzir anticorpos contra componentes saudáveis do próprio organismo, confundindo suas proteínas com agentes invasores e atacando-as.
Manifestações
Segundo a Secretaria de Saúde do TST (Sesaud), os sintomas podem ser identificados em consultas de rotina das mais diversas especialidades.
“Existem vários tipos de doenças autoimunes e cada uma delas possui um sintoma mais predominante ou mais comum. Algumas podem ser diagnosticadas por um reumatologista, como a artrite reumatóide. Outras, no consultório odontológico, como a síndrome de Sjögren — que reduz a salivação. Em caso de olhos mais secos, busca-se um oftalmologista”, explica a odontóloga Marina Saldanha, da Divisão Médica e Odontológica.
Mãos brancas
Os sinais podem surgir de variadas formas. No caso de uma das servidoras do TST, que prefere não se identificar nesta reportagem, o diagnóstico veio após uma consulta com o reumatologista, na qual se percebeu que suas mãos estavam extremamente brancas devido ao frio do ar-condicionado.
Após exames, ela foi diagnosticada com esclerose sistêmica — enfermidade sem cura que causa endurecimento dos tecidos do corpo.
O tratamento envolve uma equipe de especialistas, como cardiologista, oftalmologista, nutricionista, fisioterapeuta e dentista que, neste caso, é a doutora Marina.
Diagnóstico e tratamento
As doenças autoimunes podem se apresentar por manifestações na boca, como feridas persistentes, bolhas, diminuição da produção de saliva, linhas brancas nas bochechas e descamações.
“Nós observamos alterações de mucosa, menor salivação do paciente, e suspeitamos de alguma patologia. Então, partimos para uma investigação com especialistas”, explica a servidora Marina Saldanha. Visto que os sinais precoces podem ser bastante sutis, o autoexame se torna urgente.
No caso da servidora do Tribunal diagnosticada, a descoberta do quadro em estágio inicial foi fundamental em sua contenção. “Todos os médicos que consultei foram unânimes em dizer que o diagnóstico precoce é um divisor de águas para o tratamento”, destacou.
A odontóloga do TST complementa: “enfatizamos a necessidade de um autoexame. É importante estar sempre atento a mudanças no próprio corpo — como o aparecimento de manchas ou feridas que não cicatrizam, que se inflamam com facilidade e não melhoram”.
Acompanhamento individual
Algumas enfermidades que podem apresentar manifestações na boca são a Síndrome de Sjogren, Líquen Plano e Lúpus. Além destas, a Doença de Crohn, Psoríase, Diabetes tipo 1 e Artrite Reumatoide também podem causar mudanças na boca. Por isso, os pacientes devem ter acompanhamento regular com o cirurgião dentista.
Para a servidora diagnosticada, a relação com os especialistas faz toda a diferença. “A equipe médica é fundamental. A confiança nos profissionais é essencial para não desistirmos do tratamento e persistir, apesar dos efeitos colaterais que sobrevêm”, detalha.
O tratamento das manifestações bucais é complexo e individualizado, levando em consideração as condições clínicas do quadro, e deve sempre ser indicado por um profissional.
O Núcleo de Odontologia Ocupacional e Assistencial do TST disponibiliza consultas para avaliação e orientações de tratamento pelos ramais 4468 e 4289.
(Ana Luiza Brandão/GS/JS)
Com informações da assessoria de imprensa do TST.
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