TST: Comitê do Tribunal de combate aos assédios moral e sexual promove evento sobre temática

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Essa foi a primeira atividade promovida pela nova composição do grupo

01/06/2022 – Com o objetivo de promover ações de sensibilização e reflexão sobre questões relacionadas aos assédios moral e sexual, o Comitê de Combate ao Assédio Moral e Sexual  no âmbito do TST e do CSJT promoveu, nesta sexta-feira (27), a palestra “Entendendo o assédio no trabalho: estratégias de proteção” com a assistente social Karla Valle, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ). 

Na abertura do evento, a ministra Morgana Richa, presidente do comitê, ressaltou que o debate instiga as servidoras e os servidores a pensarem nas condutas do dia a dia que possam configurar essa prática. “Esta é a primeira ação promovida pelo comitê. Queremos abrir espaço para orientações e reflexões, além de estabelecer estratégias e ações internas a serem adotadas para alcançarmos um ambiente laboral saudável”, pontuou.

Visibilidade 

Segundo a assistente social Karla Valle, cada vez mais o debate evolui e não há como falar de assédio moral sem tratar de gestão ou abordar o assédio sexual sem debater cultura organizacional. 

Para ela, essas violências acontecem porque as pessoas têm naturalizado uma série de distorções e atos abusivos que geram relações de trabalho adoecedoras. ”Darmos visibilidade ao assunto ajuda as pessoas a compreenderem que existe um problema e que a informação pode auxiliar na adoção de pequenas estratégias de enfrentamento no cotidiano”, explicou.

Ela destaca também que, quando o TST abre espaço para este tipo de debate, ajuda a dar visibilidade para que todos entendam que isso é um problema. “São situações que comprometem a eficiência e o bom funcionamento das instituições públicas e privadas. Abrir este espaço nos mostra que estamos respaldados para construir mecanismos de enfrentamento e de prevenção”, resumiu.

Reflexões  

Depois da palestra, os participantes puderam participar de uma roda de conversa e acompanhar reflexões sobre as perspectivas filosófica, psicológica e médica. Participaram do debate a servidora aposentada e filósofa Lúcia Helena Galvão, a psicóloga do TST Dorotéia Coser, e o servidor Luís Fernando Dutra Diniz,  médico da Secretaria de Saúde (Sesaud).

Do ponto de vista da filosofia, Lúcia Helena comenta que a maneira como o assediador se posiciona, de forma abusiva, dentro do ambiente organizacional traduz o seu comportamento social e humano. ”É indiscutível que o assediador se sente, de alguma forma, beneficiado pelo abuso que ele pratica, ganhando alguma vantagem pessoal. Precisamos refletir sobre onde está a raiz da mentalidade de que o outro pode ser um mero meio para o nosso interesse”, ressaltou. 

Para o médico do trabalho Luís Fernando Dutra Diniz, o combate ao assédio deve ser política institucional de saúde e ter apoio por parte da alta administração dos órgãos. “As  mudanças não ocorrem sem que a administração esteja comprometida com a política de combate a essas situações e disposta a investir na melhoria do local de trabalho”, pontuou.

A psicóloga Dorotéia Coser comentou que não se pode reduzir o debate dessa forma de violência somente  a uma  estrutura de personalidade ou fragilidade individuais. Segundo ela, a vítima não é, necessariamente, uma pessoa psicologicamente frágil e, na maioria das vezes, a prática do assédio não está relacionada a um tipo específico de perfil psicológico. “Deixo, aqui, a reflexão sobre o que leva, então, um indivíduo de bem a ter atos reiterados de injustiça direcionados a um ou mais colegas de trabalho? Por mais que pensemos na situação extrema de que os assediadores desejem provocar o mal e o sofrimento ao outro, precisamos repensar sobre o que permite que tais práticas sejam ainda toleradas ou naturalizadas no ambiente de trabalho”, finalizou.

(Andrea Magalhães/GS)

Com informações da assessoria de imprensa do TST.

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