A ciência da inclusão #03 – Coluna de Felipe Gruetzmacher

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A ciência da inclusão
#03 – Coluna de Felipe Gruetzmacher

A vitória das mulheres

O que potencializa os direitos das mulheres?

Este texto resume algumas das principais ideias do artigo “Why Women Won” (Porque as mulheres ganharam) de Claudia Goldin, ganhadora do Prêmio Nobel da Economia em 2023.

Essas ideias acadêmicas serão apresentadas na forma de um pitch corporativo. Assim, o empresariado, o terceiro setor e intelectuais terão maior facilidade em se conectar e estabelecer um diálogo. A combinação de esforços desses três setores facilitará a aplicação das descobertas da ciência econômica no empreendedorismo e ecossistema de impacto social.

O artigo “Why Women Won” menciona como as mulheres americanas conquistaram o direito de possuir propriedades, manter rendimentos, redigir contratos, documentos legais, gerenciar negócios e acessar educação escolar. Estes mesmos direitos se expandiram no século XX, incluindo votar em eleições federais, usufruir de igualdade nas escolas e trabalho, bem como escolher sobrenomes, fazer parte de júris, obter crédito e exercer controle sobre os corpos.

Assim, ocorreram avanços em termos de direitos das mulheres nos locais de trabalho, na educação e demais aspectos do cotidiano no final da década de 1960 e no início dos anos 1970. Tais ganhos estimularam o movimento das mulheres e iniciou a reivindicação e aprovação de mais direitos. A maioria desses direitos foram adicionados cerca de cinquenta anos depois que as mulheres conquistaram o direito de votar.

 Ou seja, a expansão dos direitos civis ocorrida no final dos anos 1960 estimulou a ampliação dos direitos das mulheres. O direito ao voto das mulheres veio acompanhado pela premissa de que o direito ao voto não pode ser negado em função da raça ou sexo.

Anteriormente, por exemplo, as mulheres enfrentaram terríveis discriminações entre os anos de 1950 e 1960, em se tratando de remuneração, contratação e progressão na carreira.

O movimento de reivindicação de direitos civis apoiou a organização das mulheres, além de fornecer estratégias jurídicas para demandar direitos específicos para as mulheres.

Leis foram criadas para esta finalidade, por exemplo. A autora do artigo menciona sobre as mudanças nas percepções das pessoas sobre os papéis desempenhados pelas mulheres na sociedade.

Somente no final de 1990 é que a maioria dos norte-americanos pensava que se podia confiar a gestão do governo, das empresas e indústria às mulheres.

Como ampliar os potenciais e as oportunidades das mulheres com deficiência?

Muitas empresas investem em projetos para apoiar mulheres com deficiência, mães de crianças com deficiência ou cuidadoras de familiares com deficiência. São projetos que ampliam a qualidade de vida das mulheres. Esse investimento para suprir demandas sociais deve acontecer prioritariamente pelo propósito empresarial de construir um mundo melhor e mais acessível.

Agora, muitos bons casos de projeto empresarial de impacto social podem ser inspirações para expandir os direitos das mulheres em variados contextos. É o terceiro setor atuando onde o Estado não alcança. Nesses pontos, estudos acadêmicos e pesquisas científicas podem fornecer o know-how necessário, capital humano e critérios técnicos para profissionalizar ainda mais a execução de projetos sociais.

Além disso, o apoio da comunidade acadêmica fornece credibilidade para os projetos sociais e pode até mesmo identificar as demandas sociais. Essa combinação de esforços entre comunidade científica, poder público, terceiro setor e empresariado pode facilitar a criação de leis para ampliar a qualidade de vida de públicos bem específicos como mulheres, por exemplo.

Fora isso, o impacto social gerado por essa combinação de esforços pode modificar muitas percepções das pessoas, consumidores e cidadãos. Todas as pessoas desejam as mesmas coisas: moradia, emprego, laços sociais, saúde e possibilidades de crescer na vida. Por isso, é imprescindível que todos os públicos estejam com interesses alinhados para expandir direitos e demandar soluções empresariais capazes de melhorar o dia a dia das pessoas. 

Um bom exemplo disso é a flexibilização de horários para que mães possam conciliar jornadas de trabalho e rotina pessoal. Só essa medida gera resultados positivos para variados perfis de mulheres, não importando classe social, raça, sexualidade ou se a criança cuidada tem deficiência ou não.

Agora, esse contexto citado demandaria repensar a área de RH, modernizar direitos trabalhistas e a possibilidade da mulher em planejar a própria carreira. Nessa economia mais acessível e acolhedora, ganharão as empresas, organizações públicas e do terceiro setor que atenderem melhor clientes, cidadãos e colaboradores. O mérito de entregar melhores soluções prevalecerá. 


Felipe Emilio Gruetzmacher 
ASID Brasil – 2023

Referências:

GOLDIN, Claudia.Why Women Won. National Bureau of Economic Research, Cambridge, Oct. 2023.

https://www.nber.org/system/files/working_papers/w31762/w31762.pdf

 

Sobre o autor:

Felipe Gruetzmacher é um escritor que acredita muito no potencial de combinar ciência, esforços empresariais e projetos sociais. Tem interesse em estudar como essas três partes podem colaborar entre si.
Se você é algum empresário, organização do terceiro setor ou cientista e quer cocriar conosco, deixe seu comentário!

 

Sobre a ASID Brasil:

A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Através dos pitches e pesquisas, a ASID Brasil entende melhor o cenário para oferecer sempre uma solução bem segmentada e focada nas dores dos beneficiários. Nossa literatura é uma forma de inovação social e bom uso de informações e dados para impactar o ecossistema de inclusão. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.

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